sábado, 28 de agosto de 2010

O baú


Oi!
Oi!
O que tens aí?
Um baú!
Estou vendo que é um baú...
Então porque perguntas?
Quero saber o que tem dentro do baú.
Hummm
É o seu tesouro?
Não exatamente.
...
...
O que é então?
Sonhos, lembranças, desejos, sentimentos, sensações, devaneios, emoções, saudades... tanta coisa.
E porque quer se livrar de todas essas coisas?
Eu não quero me livrar...
Não?! E porque está colocando tudo aí?
Estou guardando apenas.
Humm
...
Porque motivo está guardando? Não te fizeram bem?
Fizeram sim... Mas preciso continuar minha caminhada e ficou pesado demais carregar tudo isso sozinha.
Não vai te fazer falta?
Vai, mas com o tempo acho que dá pra acostumar...
E vai deixar definitivamente no baú?
Não, talvez um dia eu volte pra buscar...

Mônica Bacelar

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Anti-Gravidade

Incubus - Romance de Verão (Romance Anti-Gravidade)

Estou sozinho em casa hoje à noite.
A lua cheia ilumina meu quarto
E faz minha mente voar.
Acho que eu estava sonhando com algumas idéias
que eram aparentemente possíveis... com você.
Então eu te ligo do orelhão.
Nos encontramos e nos certificamos de que estamos mesmo sozinhos.
Eu posso ter descoberto um jeito pra nós
finalmente voarmos livres.

Quando chegarmos lá, vamos voar pra bem longe.
Assegurar de que vamos dar risada
enquanto experimentamos a anti-gravidade.

Durante anos, eu guardei para mim
Agora potencialidades estão engavetadas
e dormindo embaixo da minha estante.
Simplesmente escolha seu destino
da copa de árvore de diamantes,
e iremos pra lá.

Então eu te ligo do orelhão.
Nos encontramos
e nos certificamos de que estamos realmente sozinhos.
Acho que posso ter descoberto um jeito pra nós finalmente sermos livres.

O lixo

Encontram-se na área de serviço. Cada um com seu pacote de lixo. É a primeira vez que se falam.

- Bom dia...
- Bom dia.
- A senhora é do 610.
- E o senhor do 612
- É.
- Eu ainda não lhe conhecia pessoalmente...
- Pois é...
- Desculpe a minha indiscrição, mas tenho visto o seu lixo...
- O meu quê?
- O seu lixo.
- Ah...
- Reparei que nunca é muito. Sua família deve ser pequena...
- Na verdade sou só eu.
- Mmmm. Notei também que o senhor usa muito comida em lata.
- É que eu tenho que fazer minha própria comida. E como não sei cozinhar...
- Entendo.
- A senhora também...
- Me chame de você.
- Você também perdoe a minha indiscrição, mas tenho visto alguns restos de comida em seu lixo. Champignons, coisas assim...
- É que eu gosto muito de cozinhar. Fazer pratos diferentes. Mas, como moro sozinha, às vezes sobra...
- A senhora... Você não tem família?
- Tenho, mas não aqui.
- No Espírito Santo.
- Como é que você sabe?
- Vejo uns envelopes no seu lixo. Do Espírito Santo.
- É. Mamãe escreve todas as semanas.
- Ela é professora?
- Isso é incrível! Como foi que você adivinhou?
- Pela letra no envelope. Achei que era letra de professora.
- O senhor não recebe muitas cartas. A julgar pelo seu lixo.
- Pois é...
- No outro dia tinha um envelope de telegrama amassado.
- É.
- Más notícias?
- Meu pai. Morreu.
- Sinto muito.
- Ele já estava bem velhinho. Lá no Sul. Há tempos não nos víamos.
- Foi por isso que você recomeçou a fumar?
- Como é que você sabe?
- De um dia para o outro começaram a aparecer carteiras de cigarro amassadas no seu lixo.
- É verdade. Mas consegui parar outra vez.
- Eu, graças a Deus, nunca fumei.
- Eu sei. Mas tenho visto uns vidrinhos de comprimido no seu lixo...
- Tranqüilizantes. Foi uma fase. Já passou.
- Você brigou com o namorado, certo?
- Isso você também descobriu no lixo?
- Primeiro o buquê de flores, com o cartãozinho, jogado fora. Depois, muito lenço de papel.
- É, chorei bastante, mas já passou.
- Mas hoje ainda tem uns lencinhos...
- É que eu estou com um pouco de coriza.
- Ah.
- Vejo muita revista de palavras cruzadas no seu lixo.
- É. Sim. Bem. Eu fico muito em casa. Não saio muito. Sabe como é.
- Namorada?
- Não.
- Mas há uns dias tinha uma fotografia de mulher no seu lixo. Até bonitinha.
- Eu estava limpando umas gavetas. Coisa antiga.
- Você não rasgou a fotografia. Isso significa que, no fundo, você quer que ela volte.
- Você já está analisando o meu lixo!
- Não posso negar que o seu lixo me interessou.
- Engraçado. Quando examinei o seu lixo, decidi que gostaria de conhecê-la. Acho que foi a poesia.
- Não! Você viu meus poemas?
- Vi e gostei muito.
- Mas são muito ruins!
- Se você achasse eles ruins mesmo, teria rasgado. Eles só estavam dobrados.
- Se eu soubesse que você ia ler...
- Só não fiquei com eles porque, afinal, estaria roubando. Se bem que, não sei: o lixo da pessoa ainda é propriedade dela?
- Acho que não. Lixo é domínio público.
- Você tem razão. Através do lixo, o particular se torna público. O que sobra da nossa vida privada se integra com a sobra dos outros. O lixo é comunitário. É a nossa parte mais social. Será isso?
- Bom, aí você já está indo fundo demais no lixo. Acho que...
- Ontem, no seu lixo...
- O quê?
- Me enganei, ou eram cascas de camarão?
- Acertou. Comprei uns camarões graúdos e descasquei.
- Eu adoro camarão.
- Descasquei, mas ainda não comi. Quem sabe a gente pode...
- Jantar juntos?
- É.
- Não quero dar trabalho.
- Trabalho nenhum.
- Vai sujar a sua cozinha?
- Nada. Num instante se limpa tudo e põe os restos fora.
- No seu lixo ou no meu?

Luiz Fernando Veríssimo

sábado, 21 de agosto de 2010

A vida é agora...



A gente se acostuma a medir a vida em dias, meses, anos… Mas, será que é mesmo o tempo que mede a nossa vida? Ou a gente devia contar a vida pelo número de sorrisos? De abraços? De conquistas? Amores? De sucessos e fracassos?

Por que ao invés de dizer tenho tantos anos, a gente não diz: tenho três amigos, oito paixões, quatro tristezas, três grandes amores e dezenas de prazeres?

A gente vai vivendo e, às vezes, esquece que a vida não é o tempo que a gente passa nela, mas o que a gente faz e sente enquanto o tempo vai passando.

Dizem que a vida é curta, mas isso não é verdade. A vida é longa pra quem consegue viver pequenas felicidades. E, essa tal felicidade vive aí disfarçada, como um criança traquina brincando de esconde-esconde.

Infelizmente, às vezes não percebemos isso. E passamos a nossa existência colecionando nãos. A viagem que não fizemos; O presente que não demos; A festa a qual não fomos; O ensinamento que não aprendemos; A oportunidade que não aproveitamos.

A vida é mais emocionante quando se é ator e não espectador. Quando se é piloto e não passageiro; pássaro e não paisagem.

Como ela é feita de instantes não pode e não deve ser medida em dias ou meses, mas em minutos e segundos.

(desconhecido)

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Ausência



Faça com que sua ausência seja grande
para que eu sinta sua falta.
Mas não que seja grande o bastante,
para que eu descubra que posso viver sem você!

(desconhecido)

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

“Eu te amo” não é “bom dia”!

Ainda que eu falasse a língua dos homens dos anjos, sem amor eu nada seria. O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece, não busca seus próprios interesses, não se irrita, não se regozija com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta. [I Corintios 13]

Impressiono-me com a fugacidade que deram ao amor. Hoje em dia se diz eu te amo com uma facilidade tão grande que até me assusta. Incrível como as pessoas, que às vezes mal se conhecem, com pouquíssimo tempo de relacionamento se declaram apaixonados, fazem juras eternas e dizem efêmeros ‘eu te amo’...

Mas será que sabem realmente o que é o amor? Amor não surge num passe de mágicas. Amor é algo mais concreto, exige tempo, convivência, renuncia, conquista, maturidade... É um exercício constante.

O amor não se reduz ao físico, ao romântico....

O amor verdadeiro é a aceitação de tudo o que o outro é ...

De tudo o que o outro foi... Do que será... Do que já não é...

É preciso pensar duas vezes antes de dizer a uma pessoa que a ama. Não confunda amor com carinho, desejo, paixão, curiosidade... Não se iluda, amar não é tão fácil e banal como muitos demonstram ser.

Só diga que ama alguém, se tiver certeza, se de fato entender o que é o AMOR, afinal “eu te amo” não é “bom dia”!


Mônica Bacelar




Uma falha na comunicação...
Dois destinos desviados!
Mônica Bacelar

domingo, 8 de agosto de 2010

O tempo...


Hoje tentei escrever, expressar como me sinto... Mas a mão se recusa a digitar, não encontro as palavras certas para exprimir meus devaneios. Fui em busca de alguém que em algum momento da vida tenha sentido algo ao menos parecido e tenha conseguido expressar-se...



Era uma vez uma ilha, onde moravam os seguintes sentimentos: a alegria, a tristeza, a vaidade, a sabedoria, o AMOR e outros.

Um dia avisaram para os moradores desta ilha que ela ia ser inundada. Apavorado, o amor cuidou para que todos os sentimentos se salvassem; ele então falou:

_ Fujam todos, a ilha vai ser inundada.

Todos correram e pegaram seu barquinho, para irem a um morro bem alto. Só o amor não se apressou, pois queria ficar um pouco mais na ilha.

Quando já estava se afogando, correu para pedir ajuda.

Estava passando a riqueza e ele disse:

- Riqueza, leve-me com você.

Ela respondeu:

- Não posso, meu barco está cheio de ouro e prata e você não vai caber.

Passou então a vaidade e ele pediu:

- Oh! Vaidade, leve-me com você.

- Não posso você vai sujar o meu barco.

Logo atrás vinha a tristeza.

- Tristeza, posso ir com você?

— Ah! Amor, estou tão triste que prefiro ir sozinha.

Passou a alegria, mas estava tão alegre que nem ouviu o amor chamar por ela. Já desesperado, achando que ia ficar só, o amor começou a chorar.

Então passou um barquinho, onde estava um velhinho.

- Sobe, amor que eu te levo.

O amor ficou tão radiante de felicidade que esqueceu de perguntar o nome do velhinho.

Chegando no morro alto onde estavam os sentimentos, ele perguntou à sabedoria:

- Sabedoria, quem era o velhinho que me trouxe aqui?

Ela respondeu:

- O TEMPO.

- O tempo? Mas, por que só o tempo me trouxe aqui?

- PORQUE SÓ O TEMPO É CAPAZ DE AJUDAR E ENTENDER UM GRANDE AMOR.

(Desconhecido)

Pois é, só o TEMPO para ajudar a entender o que foi, o que poderia ter sido e o que ainda pode ser...


quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Somente por uma estação

"Quando pessoas entram em nossas vidas por uma "Estação", é porque chegou sua vez de dividir, crescer e aprender. Elas trazem para você a experiência da paz, ou fazem você rir. Elas poderão ensiná-lo algo que você nunca fez. Elas, geralmente, te dão uma quantidade enorme de prazer... Acredite! É real!

Mas somente por uma "Estação"."




Quanto tempo dura uma estação?
Como saber que ela acabou?

Uma estação dura tempo suficiente para ser e fazer alguém feliz,
Para colorir a tela da vida,
E compartilhar momentos mágicos.

Uma estação dura o tempo necessário para aprender e ensinar algo
Para perpetuar um momento
E eternizar uma lembrança.

Uma estação dura o tempo 'presente'
Sem pensar no passado,
Nem se preocupar com o futuro.

Uma estação por mais bela que seja, vai passar
Sem avisar dia ou hora.
Simplesmente se vai...
Deixando na lembranças cores, sons, sabores
Dos momentos que foram vividos

...

E dos que poderão ser [re]vividos
Por mais uma estação.

Mônica Bacelar













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